Há algumas décadas, o mundo tratava o meio ambiente como um reservatório de matéria -prima onde se podia facilmente retirá-la ou depositar rejeitos. Assim o crescimento econômico a qualquer custo não via obstáculos ou importância maior do que o desenvolvimento desenfreado e voltado para resultados imediatos. A exploração exagerada dos recursos naturais reduziu suas reservas de uma forma nunca antes vista na história.

Consequentemente, essa demanda por matérias-primas, maior produtividade e bens materiais por parte do mundo industrializado, tem provocado sérios impactos sobre o meio ambiente: desastres ambientais, uma série de acidentes graves e derrames de quantidades consideráveis de petróleo no mar, extinção de espécies animais e vegetais além dos problemas globais como a destruição da camada de ozônio e o efeito estufa.

A construção, em seus modelos tradicionais de produção, é uma atividade conhecida pelo grande impacto na emissão de gases de efeito estufa, sendo responsável, segundo estudos, por cerca de 30% das emissões globais de gases poluentes – produção de cimento, por exemplo, é um dos principais exemplos. O transporte com veículos usando combustíveis fósseis, a não reciclagem de resíduos e materiais também são fatores prejudiciais.

Esse fenômeno de exploração desenfreada chegou ao limite, e o mundo se mobiliza para conter o aquecimento global e suas catástrofes associadas. Isso se tornou uma necessidade, inclusive, de mercado, pois as empresas que adotam procedimentos sustentáveis já conseguem ter ganhos econômicos maiores do que empresas que não adotam a agenda ESG, sigla em inglês para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança).

É o que mostra levantamento realizado para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) pela Fundação Dom Cabral (FDC), que avaliou o desempenho das empresas do setor no país. A entidade lançou uma Cartilha ESG, que a CBIC, junto com o  Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), no dia 20 de outubro, durante o Construa Minas, evento que reuniu especialistas, empresários e profissionais do setor, em Belo Horizonte.

A cartilha detalha, de forma didática, os benefícios diretos e indiretos para as empresas, as tendências do mercado, como mitigar riscos, o que fazer a curto prazo, planejamento para médio e longo prazos, os desafios e as oportunidades, além de estudos e pesquisas no Brasil sobre o setor.

De acordo com o presidente da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da CBIC, Ilso de Oliveira, a cartilha é uma iniciativa única no Brasil. “É o primeiro lançamento de uma cartilha com esse conteúdo. Entendemos que será uma ferramenta extremamente útil para as empresas que queiram conhecer um pouco mais e implantar o ESG nos negócios”, reiterou.

O coordenador da Subcomissão de Contratos do Sinduscon-MG e um dos autores da cartilha, Thiago Gomes de Melo, afirmou que o desempenho competente de ESG é atrelado a uma boa performance praticamente em todas as questões empresariais, seja de operações, gestão de pessoas, tecnologia, estratégia.

“A correlação é fortemente em todos os pilares, mas é mais forte ainda na questão econômica. As empresas que têm melhoria na gestão ESG vão apresentar resultados econômicos melhores, mais consistentes.”, afirmou Thiago, ao analisar o resultado da pesquisa. “Quanto mais madura a empresa é nos aspectos de gestão ESG, normalmente ela cresce mais na parte econômica”, disse. Segundo ele, os dados mostram que para cada 1 ponto de melhoria em ESG, espera-se 1,72 de melhoria nos aspectos econômicos.

Thiago afirmou que quando as empresas tratam a agenda ESG com profundidade percebem os benefícios, não apenas para as gerações futuras e para a organização empresarial, mas também para os negócios em si. “Se uma obra é executada pensando na economia de combustíveis fósseis, de recursos hídricos ou de reaproveitamento de materiais, a contribuição para o meio ambiente e para a sustentabilidade será muito mais impactante e, por outro lado, ainda tem o benefício econômico dentro do seu próprio negócio”, destacou.

“O que nós quisemos trazer para as empresas do nosso setor é a proposta de sair da superficialidade, entender o que de fato nós estamos tratando. Nos estudos percebemos que a indústria da construção, globalmente falando, é responsável pelo consumo de quase 75% dos recursos naturais empregados na indústria. Então nossa responsabilidade é muito grande. E a oportunidade também é muito grande’, completou.

O ESG tornou-se um tema de relevância no ambiente de negócios. Os dados de 2019/2020 da Bloomberg mostram que US$ 347 bilhões (R$ 1,8 trilhão) foram injetados em fundos de investimento focados em ESG. Além disso, governos, empresas e outros grupos arrecadaram, vendendo títulos verdes, sociais e de sustentabilidade, US$ 490 bilhões. Nesse período, mais de 700 novos fundos foram lançados globalmente para capturar o fluxo de capital no segmento ESG.

O Construa Minas teve patrocínio (Diamante) da PAD, Fassa Bortolo (Patrocínio Ouro), Sicoob Imob.vc (Patrocínio Prata), Ferreira, Pinto, Cordeiro, Santos & Maia Advogados e Sienge CV (Patrocínio Bronze). E apoio institucional do Crea-MG, Fundação Dom Cabral, CMI/Secovi MG, Secovi SP e Prefeitura de Belo Horizonte.

Clique aqui e baixe a cartilha gratuitamente!

O lançamento da Cartilha ESG integra o projeto “Fortalecimento das Empresas de Obras Industriais e Corporativas” da COIC/CBIC com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

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